ARGENTINA

ARG-01

AR-AGN-MG01-152_09

Sobre a necessidade de vacina contra a varíola e de pessoal médico para a administrar

Em 1810, o bispo da cidade de Epifania explica as consequências causadas pela transmissão do vírus da varíola no distrito de Pergamino (Buenos Aires), devido à falta das vacinas. Está grato pelo pedido feito para enviar pessoal médico para levar a vacina com eles, administrá-la e ensinar a alguns futuros médicos como utilizá-la nos doentes.
O nome dado à vacina é “virus vacuno”.

1810

ARG-02

AR-AGN-MG01-152_12

Sobre os bons efeitos da vacina contra a varíola e a formação de profissionais para a vacinação

Em Junho de 1810, Dom Francisco de Paula del Rivero, cirurgião da cidade de Pergamino, relatou os bons efeitos produzidos pela vacina contra a varíola no território onde tinha sido administrada e propôs a continuação do seu trabalho numa parte maior do território.

Também relata como o bispo de Epifania e um padre local têm estado envolvidos na administração deste remédio, ajudando a convencer os aldeões. O padre tornou-se um padre praticante e trabalhou de forma muito empenhada com a intenção de levar a cabo duas campanhas anuais de vacinação.
Ele também relata neste documento que existem outras áreas na sua jurisdição onde a vacina ainda não chegou e onde a população não está realmente consciente dos seus bons efeitos. Ele indica que esta desinformação é levada a cabo pelos curandeiros locais, que viram a população contra a administração deste remédio. Pediu, portanto, mais ajuda na organização de campanhas de informação.

1810

ARG-03

AR-AGN-AGAS01-DDF-rg-1617-201448  

Protocolo da poliomielite. Divulgação de medidas de proteção

Fotografia relacionada com a epidemia de poliomielite, também conhecida como paralisia infantil. Trabalhadores da fábrica de refrigerantes Bylz a olhar para um cartaz de parede fornecido pelo Ministério da Saúde Pública da Argentina.

Buenos Aires, 1956.

ARG-04

AR-AGN-AGAS01-DDF-rg-1617-348955  

Protocolo da poliomielite. Pulmões de aço

Fotografia relacionada com a epidemia de poliomielite, também conhecida como paralisia infantil. Mostra algum do equipamento médico dos chamados “pulmões de aço” que tinham chegado a alguns dos hospitais do país em 1956.

Buenos Aires, 1956.

ARG-05

AR-AGN-AGAS01-DDF-rg-1617-348964  

Protocolo da poliomielite. Atividade teatral

Atividade teatral para crianças que sofrem de poliomielite, em ligação com campanhas para o tratamento de doentes com poliomielite.

Buenos Aires, 1956.

ARG-06

AR-AGN-AGAS01-DDF-rg-1617-348969  

Protocolo da poliomielite. Higiene Pública

Campanha de saneamento público em Buenos Aires, em resposta à epidemia de poliomielite de 1956.

1956

ARG-07

 AR-AGN-AGAS01-DDF-rg-1617-348971  

Protocolo da poliomielite. Lavagem branca de ruas

Crianças a branquear o pavimento de uma rua de Nova Chicago. Imagem documentada na Argentina durante a campanha de saneamento público em resposta à epidemia de poliomielite em 1956.

1956

ARG-08

Protocolo da poliomielite. Fumigação

Unidade móvel de fumigação durante a epidemia de poliomielite. Imagem documentada na Argentina durante a campanha de saneamento público em resposta à epidemia de poliomielite em 1956.

1956

BRASIL

BRA-01

BR DFANBSB H4.TXT.CEX.647

Relatório confidencial da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República do Brasil

Este informe trata da situação de uma epidemia de cólera ativa em 1991.
Os ministros da Saúde do Brasil, Argentina, Chile, Cuba e Espanha reúnem-se em Sucre (Bolívia) para discutir a criação de um fundo de ajuda financeira para combater as consequências da epidemia de cólera que está a afetar os países desta grande área do continente.  A doença começou em Fevereiro de 1991 no Peru, onde, num único mês, ocorreram mais de 33.000 casos, causando 1.148 mortes. A partir daí espalhou-se pelo Equador, Brasil, Colômbia e Chile. Na altura da reunião, a Bolívia não tinha relatado surtos devido a populações e estilos de vida dispersos.

A criação do fundo de ajuda foi solicitada e a insuficiência dos serviços de assistência médica nestas situações excecionais, a escassez de serviços básicos e grandes bolsas de pobreza foram salientadas como as causas fundamentais. Dez dias antes, o Programa Andino de Cólera de Emergência tinha sido apresentado em Caracas, onde foram feitas propostas de saneamento, vigilância epidemiológica e investigação.

Outras preocupações incluem: a falta de saneamento básico, os remédios limitados disponíveis, e a possibilidade de manipulação e deturpação dos números de infeção para evitar que o alarme excessivo prejudique certos sectores-chave da economia do país (indústria e turismo).

Existem sérios problemas com o abastecimento e tratamento de água e sistemas de esgotos, embora isto não se verifique apenas no Brasil. De facto, 25-30% dos habitantes das grandes cidades da América Latina não têm água potável e 80% das epidemias são causadas pela má qualidade da água posta à disposição dos habitantes. INFORME CONFIDENCIAL

1991

BRA-02

BR RJANRIO EH.FOT.PPU.7972

Campanha de vacinação contra a meningite

Fotografia mostrando uma mulher a receber a vacina contra a meningite numa campanha no Brasil em 1975. Mostra outras pessoas à espera da sua vez e o médico que administra as doses com uma pistola de ar comprimido.

1975

BRA-03

BR RJANRIO BF IS4 1_11

Informe sobre uma inspeção sanitária realizada nos portos do Rio de Janeiro

Propõe a criação de uma Visita de Saúde, um estabelecimento encarregado de inspecionar todos os navios que entram no porto do Rio de Janeiro como uma barreira administrativa à propagação de epidemias. O plano, apresentado ao Príncipe Regente João pelo Procurador-Geral da Real Junta Comercial, Agostinho da Silva Hoffman, contém onze pontos nos quais regulamenta a inspeção de embarcações, o funcionamento da futura instituição, estabelecendo as suas funções e o perfil dos seus funcionários e os salários que lhes corresponderiam.

1809

BRA-04

BR_RJANRIO_BF_IS4_1_fl_09

Relatório sobre uma inspeção de saúde

Cópia da ordem do Príncipe Regente João (futuro João VI) sobre o estabelecimento de um lazareto na cidade do Rio de Janeiro onde seriam recolhidos os “novos escravos” que iriam ser colocados em quarentena à sua chegada. A encomenda foi publicada no Rio de Janeiro a 23 de Outubro de 1810.

1810

BRA-05

BR RJANRIO 1C.0.MAP. 1

Projeto para o edifício social da Liga Brasileira contra a Tuberculose

Projeto para o edifício social da Liga Brasileira contra a Tuberculose. Está incluído no Fundo da Comissão do Edifício da Avenida Central, Rio de Janeiro, e é datado de 1902.

1902

BRA-06

BR RJANRIO PH.0.FOT.2983 (22)

Campanha de vacinação contra a varíola

Fotografia que ilustra o trabalho de uma campanha de vacinação contra a varíola no Brasil em 1963. Mostra duas trabalhadoras da saúde a administrar a vacina, uma criança a receber a sua dose, e outras crianças a aguardar a sua vez e a observar o procedimento. O cenário parece indicar que a vacinação está a ter lugar num bairro pobre de uma cidade brasileira.

1963

BRA-07

BR RJANRIO 1S.0.MAP. 1

Hospital São Camilo e São Luís

Planta do andar térreo e primeiro andar do Hospital de São Camilo e São Luís, situado na Prelazia de Macapá. Estas instalações foram utilizadas para o confinamento de doentes de lepra nos anos sessenta.

1967

BRA-08

BR RJANRIO 1S.0.MAP. 2

Hospital São Camilo e São Luís (2)

Projeto da área de isolamento da lepra no Hospital de São Camilo e São Luís em Macapá. Ambulatório, operações e hospitalização de homens e mulheres. Construída em Roma em 1967, tem vistas planas e de elevação.

1967

BRA-09

BR RJANRIO 4T.0.MAP. 531

Hospital de São Sebastião

Plano do Hospital de São Sebastião. Projeto realizado entre 1900 e 1930, inclui uma lenda sobre as diferentes partes da instituição.

1900-1930

BRA-10

BR RJANRIO EH.0.FOT,EVE.2569 (1)

“Semana da Vacinação 1959”

Fotografia de grupo realizada em 1959, durante a semana de vacinação promovida pelo Lions Clube de Leme. No centro do quadro, uma mulher segura a sua filha nos braços enquanto recebe a vacinação de um trabalhador de saúde utilizando o sistema de lanceta. A operação é assistida por quatro homens de fato e outro dos filhos da mulher.

1959

BRA-11

BR RJANRIO EH.0.FOT,PPU.7973 (12)

Campanha de vacinação contra a meningite (2)

Fotografia mostrando uma adolescente a receber a vacina contra a meningite numa campanha no Brasil em 1975. Mostra outras pessoas à espera da sua vez e o médico que administra as doses com uma pistola de ar comprimido.

1975

BRA-12

BR RJANRIO EH.0.FIL, CJI.404

Lutando contra a morte

Relatório audiovisual intitulado Lutando contra a morte. Apresenta as diferentes atividades do Hospital de Urgência, atualmente Souza Aguiar (Rio de Janeiro). É uma produção supervisionada pelos médicos Wilson Mufarrej e Darci Monteiro, e dirigida por Walter R. Peixoto.

1951

BRA-13

BR RJANRIO EH.0.FIL, FIT.32

Sujismundo e vacinas

Peça animada produzida para a Campanha de Audiovisual que compreende uma peça animada produzida para a Campanha de Publicidade de Vacinação de 1977. Estrelando o personagem popular Sujismundo, criado em 1972 por Ruy Perotti, mostra a importância das vacinas para a prevenção de doenças e sublinha o caráter obrigatório da vacinação no Brasil, que se tornou obrigatória a 1 de Julho desse ano.

1977

BRA-14

BR RJANRIO EH.0.FIL, FIT.52

Sujismundo e automedicação

Peça animada feita para a campanha publicitária sobre os perigos da automedicação. Estrelando a personagem Sujismundo.

1978

BRA-15

BR RJANRIO BS.0.RPV, ENT.14310

Passagem do navio a vapor Demerara

Relação de passageiros no navio a vapor Demerara, de Liverpool, considerado como um dos navios que trouxe a grande gripe para a América do Sul. Partiu de Lisboa a 24 de Agosto para Buenos Aires e fez paragens em Recife (9 de Setembro), Salvador da Baía (11 de Setembro), Rio de Janeiro (15 de Setembro) e Santos. Uma vez no Rio de Janeiro, a doença propagou-se rapidamente.

1918

BRA-16

BR RJANRIO 2O.COD 145. V.8, fl.146v

Registo da carta de sangria e dentista de Vicente, preto de nação Angola

Carta de exame e aprovação para o comércio de sangria e dentista para Vicente, um escravo preto de Angola ao serviço de Anacleto José Coelho, um residente do Rio de Janeiro. Com isto obteve aprovação para realizar sangrias, copos, aplicar sanguessugas e arrancar dentes. Os sangradores eram considerados como trabalhadores relacionados com os ofícios sanitários, abaixo dos cirurgiões.

1820

BRA-17

BRBR RJANRIO 2O.CAI.0.474.Pac.03

Autorização para exercer a profissão de parteira Requerimento de carta régia autorizando Romana de Oliveira, crioula forra, moradora de São Gonçalo do Concavo, a exercer o ofício de parteira e curandeira.

1815

CHILE

CHI-01

ANH Intendencia de Valparaíso V.919

Resumo geral para o ano de 1927 sobre a situação na Ilha de Páscoa, administrada pela Intendência de Valparaíso

Está dividido em diferentes secções.
O ponto quatro inclui informação sobre o incêndio de 1926 que afetou o leprosário. Também fornece informações sobre as mortes de doentes e o estado dos leprosos da ilha. Indica que onze leprosos se encontravam em mau estado e que um paciente tinha morrido.
Aborda também a loja do farmacêutico da ilha, os hábitos de higiene da população em geral, o saneamento e a saúde dos habitantes e a pobreza geral tanto de meios como de estilos de vida.
Nesse ano houve muitas pessoas gravemente doentes devido à chegada de um navio do Taiti com passageiros doentes, que apresentavam sintomas tais como febre e reações cutâneas.
A necessidade de água potável na ilha, que depende inteiramente da água da chuva, é também expressa. Como solução, propõem a instalação de um moinho de água.

1927

CHI-02

ARNAD Ministerio de Salud V.600

Informe sobre a situação na Ilha de Páscoa em 1944, emitido pelo Ministério da Saúde do Chile

A Direção Geral das Prisões, através do Dr. Israel Drapkin, um médico membro da missão científica franco-belga na Oceânia, enviou um informe ao Dr. Sotero del Río, Ministro da Saúde, que deu conta das condições sanitárias no território. Este relatório inclui um estudo clínico da hanseníase baseado na experiência do médico. Entre outros aspetos, detalha dados do estudo epidemiológico, o número de pessoas infetadas por sexo e idade, o número de casos, taxas de mortalidade e os diferentes nomes dados à doença pelos nativos: “Oobi”, “Repera” e “Kiri Ekaeka”.

Ainda não conhecem nenhuma solução, embora saibam que o tratamento com óleo de chaulmugra (uma planta medicinal) não dá os resultados esperados. Também analisa outras doenças e assinala, mais uma vez, que muitas destas doenças chegam por navio e afetam especialmente os leprosos, que têm defesas baixas.

1944

CHI-03

ARNAD Ministerio de Marina V.4124

Estado do lazareto na Ilha de Páscoa

Num decreto do Ministério da Marinha Estado do Lazareto na Ilha de Páscoa

1946

CHI-04

ARNAD Ministerio de Salud V.1047

Sobre o estado de saúde da Ilha de Páscoa

Decreto (providencia) de 11 de Abril de 1947 publicado pela Direção Geral da Saúde, no âmbito do Ministério da Saúde do Chile.
Detalha as condições precárias em que vivem os pacientes isolados. Também, dadas as más condições dos serviços, são propostas alternativas, tais como a construção de um sanatório com pessoal e condições adequadas, ou a criação de meios de transporte para os doentes para outros lazaretos no estrangeiro.
A existência de malária no norte do Chile e outras doenças como o tifo, que são ativas noutras partes do país, são mencionadas. Salienta os problemas da água potável (sempre água da chuva e contida em cisternas subterrâneas mal isoladas) e as condições extremamente insalubres do atual leprosário.
Inclui fotografias.

1947

CHI-05

ARNAD Ministerio de Marina V.5534

Sobre a transferência de pessoas doentes da Ilha de Páscoa para outro leprosário

Relatório do Ministério da Marinha contendo uma proposta de transferência de quinze leprosários da Ilha de Páscoa para o leprosário Orofora-Mahina no Tahiti. A informação, que foi enviada às autoridades pelo Almirante Leopoldo Fontaine Nankin, propôs uma colaboração internacional no domínio da saúde. Para este fim, o governo chileno pediu ao hospital do Taiti que admitisse os quinze pacientes para que pudessem iniciar o tratamento de recuperação em centros especializados.

1960

CHI-06

ARNAD Ministerio de Educación V.1437

Sobre as condições de saúde nas escolas em zonas desfavorecidas do Chile

Relatório do Doutor ao Inspetor das Escolas Públicas, 12 de Novembro de 1900.
A Dra. Eloísa Díaz Insunza apresenta um relatório ao Ministério da Educação Pública sobre as condições médico-escolares nas escolas pobres do país. Esta informação revelará, entre outras coisas, as principais razões para não frequentar e abandonar a escola devido a doenças contagiosas como o sarampo (conhecido como “alfombrilla”).

Nestes casos, a coexistência nas escolas é identificada como um fator de risco e recomenda uma baixa frequência ou não frequência durante a duração da doença. As condições nas escolas nesta situação tornam-nas um meio de propagação.

O sarampo tinha, nessa altura, um elevado fator de mortalidade entre as crianças. A falta de higiene é indicada como um fator que aumenta as probabilidades de infeção. Propõe a criação de instalações sanitárias públicas nas escolas do país para melhorar a limpeza e higiene. Descreve os diferentes tipos de banhos e chuveiros que existem e propõe como soluções possíveis: temperaturas, banho russo (vapor), jato, chuva, etc.

1901

CHI.MHN-01

AF-0075-74. Museo Histórico Nacional

Fotografia de uma machi

Fotografia de uma machi araucana, tirada na província de Cautin, vestindo roupa tradicional e o kultrún cerimonial. Pertence à coleção associada a Claude Joseph (1892-1986), investigador de arte, cultura material e das tradições e costumes do povo mapuche nas chamadas “reduções” (territórios delimitados habitados pelo povo mapuche nesta altura).
1925-1931

CHI.MHN-02

FB-004378. Museo Histórico Nacional

Fotografia de dois machis

Fotografia de dois machis araucana em vestido tradicional e kultrún cerimonial da coleção Claude Joseph (1892-1986).

1925-1931

CHI.MHN-03

PFB-001536. Museo Historico Nacional

Cerimónia Machitun

Gravura após uma ilustração original de Claudio Gay (1800-1873) retratando um machitún, uma cerimónia de cura conduzida pelo machi. A cerimónia coletiva, realizada dentro de casa, envolve o doente e outras pessoas da comunidade, com a presença de um bebé.
Esta ilustração serviu de base para uma gravura que aparece no Atlas para uma História Física e Política do Chile por Claudio Gay, um naturalista que se tornou um cidadão chileno em 1841.

h. 1871

COLÔMBIA

COL-01

ARCHIVO GENERAL DE LA NACIÓN – Colombia, Fondo “Aduanas”, legajo 8, folios 782-803

Sobre o encerramento dos portos aos navios franceses durante uma epidemia de peste

Em 1721, Bertonado Alberto, Governador e Capitão Geral de Cartagena de Indias relatou a captura do declive (um tipo de pequeno veleiro) “La Gentil”, cumprindo a ordem que proibia a chegada de navios franceses com passageiros suspeitos de transportar a epidemia de peste que assolava a França e que, segundo eles, tinha tido origem em Marselha.

De acordo com essa ordem de Dezembro de 1720, era proibido, sob qualquer pretexto, admitir navios franceses em portos americanos sob administração espanhola. Assim, foi proibida a entrada de navios vindos da Europa e das colónias francesas, uma vez que não era certo que estivessem livres de peste. Foi também avisado que se, por qualquer supervisão, estes navios fizessem um aterro e um desembarque, os navios e todos os seus pertences fossem queimados, e os infratores da lei fossem controlados, presos e punidos.
A rampa francesa foi apreendida e retirada da zona portuária de Cartagena. Suspeito de conter passageiros infetados, foi ordenada a sua remoção para uma distância adequada do porto e o navio e todas as mercadorias e materiais que transportava deviam ser queimados.
Cirurgiões do Capitana e do Almiranta, navios da frota espanhola, entraram a bordo do navio francês a 7 de Janeiro de 1722 para saber de onde partia, para onde ia, que carga transportava e o número de pessoas a bordo, e se estavam ou não doentes. O capitão de La Gentil, Jean Marchant, e outros membros da tripulação indicaram que tinham deixado La Martinique para a Terra Nova do Cabo (Louisbourg) para pescar bacalhau. Havia quinze pessoas na tripulação e nenhuma delas tinha adoecido ou morrido. No seu regresso a casa, a embarcação tinha-se desviado devido a ventos fortes e, chegando às proximidades de Cartagena, pediu ajuda a um patache (outro tipo de embarcação à vela maior do que o declive), que a apreendeu. Os relatórios dos cirurgiões indicavam que toda a tripulação estava saudável e não apresentavam sintomas de doença. O estado do talude após a longa viagem foi ruinoso. Foi tomada a decisão de descarregar parte da carga de bacalhau para a distribuir entre a frota, e não há mais nenhuma menção ao que aconteceu ao navio ou à tripulação francesa.

1721

COL-02

ARCHIVO GENERAL DE LA NACIÓN – Colombia, Fondo “LAZARETOS”, legajo 1, folios 1-10

Sobre a incidência da lepra e a necessidade de instruções de ação

Os comissários de bairro de Santafé informam sobre o número de doentes de lepra que detetaram em 1807.
O documento indica que as pessoas se abstiveram de beber água das fontes nas praças porque os pobres (cerca de duas centenas localizados nas áreas inspecionadas) se lavaram lá e tiveram medo de contrair a doença. O relatório conclui solicitando instruções para transferir os doentes para o lazareto geral na cidade de Cartagena ou, se possível, a criação de um novo na área para acomodar os casos detetados e isolá-los da população em geral.

1795 o 1807

COL-03

ARCHIVO GENERAL DE LA NACIÓN – Colombia, Fondo “MISCELANEA”, legajo 2, folios 24-35

Sobre o estabelecimento de centros específicos, condições e perfis de vacinação

1805 relatórios sobre a criação da Comissão Central de Vacinação em Guaduas, Mariquita, Honda, Mompox e Cartagena. O objetivo final desta instituição é centralizar os stocks de vacinas contra a varíola para conservação e distribuição. É também um centro de informação sobre o estado da doença em diferentes partes do país, o que requer a colaboração das autoridades de cada lugar.

A intenção de criar uma sala especial em alguns hospitais para armazenar e administrar vacinas também é desencorajada. A este respeito, acreditam que os ambientes interiores dos hospitais são prejudiciais e que aqueles que contraíram uma doença após terem recebido uma vacina poderiam atribuir a sua doença ao remédio e não aos efeitos da infeção por outras vias.
Propõem a criação destes centros de ambulatório noutras instituições, tais como hospícios ou em locais distantes da insalubridade dos hospitais.
O relatório seguinte fornece instruções sobre o funcionamento do Conselho de Administração e dos seus membros. Também traça o perfil das pessoas que devem administrar a vacina e efetuar a recolha de dados sobre a idade e origem do recetor. A aplicação destes métodos justifica-se a fim de evitar o efeito de falsas vacinas.

1804

COL-04

ARCHIVO GENERAL DE LA NACIÓN – Colombia, Fondo “MISCELANEA”, legajo 2, folios 808-811

Sobre uma epidemia de varíola

Carta pastoral de Antonio Caballero y Góngora, arcebispo de Santafé, sobre a epidemia da varíola. Foi escrito a 20 de Novembro de 1782 e fala da epidemia que assolava Santa Marta e Cartagena na altura. Considerando que era uma consequência dos grandes pecados cometidos, convocou uma massa votiva para os confessar e pedir perdão a Deus por eles.

1782

COL-05

ARCHIVO GENERAL DE LA NACIÓN – Colombia, Fondo “MISCELANEA”, legajo 3, folios 230-252

Sobre uma campanha de vacinação contra a varíola na jurisdição de Los Llanos

Notificação de uma viagem à jurisdição de Los Llanos para levar a cabo uma campanha para administrar a vacina contra a varíola, assinada em Tunja em 1806.
São fornecidos relatórios específicos sobre o número de pessoas vacinadas em diferentes localidades na Colômbia: Nuestra Señora del Rosario, 1.200; Paya, 400; San José de la Trinidad, 220; Nunchia, 600; San Agustín de Guanapalo, 200; Santa Rosalía de Cabapuni, 70; Tangua, 208; Barro Blanco, 332; Santiago, 194; San Miguel de Zapata, 300. A campanha de vacinação referida (referida como “expedição de vacinação”) foi realizada por Frei José Antonio García entre 27 de Dezembro de 1805 e 28 de Maio de 1806. O relatório é acompanhado pelo pedido de pagamento das despesas geradas pelo transporte dos animais (vacas) de uma localidade para outra e pela manutenção “das crianças que transportaram o líquido de uma aldeia para outra”.

1633

COL-06

ARCHIVO GENERAL DE LA NACIÓN – Colombia, Fondo “MISCELANEA”, legajo 22, folios 266-389

Censo de pessoas afetadas por uma epidemia de varíola em Santafé

Censo realizado em 1801 das pessoas que não tinham sido afectadas pela epidemia da varíola na cidade de Santafé. Esta é uma contagem do número de pessoas saudáveis nesse ano, um rastreio básico para conhecer a situação da epidemia.

1729-1801

COL-07


ARCHIVO GENERAL DE LA NACIÓN
– Colombia, Fondo “MISCELANEA – Gobierno”, legajo 143, folios 419

Sobre um novo tratamento para o tétano neonatal

Em 1795, de Cuba, o ministro Eugenio de Llagunos informou o Vice-Rei que a administração de um tratamento para combater a chamada “doença dos sete dias” tinha sido aprovada no seu país. Isto era tétano neonatal, que até então se pensava ser incurável. A aplicação de bálsamo de copaíba na zona umbilical do recém-nascido, um destilado da seiva do palo de aceite, resolveu o problema da infeção. 

1795

COL-08

ARCHIVO GENERAL DE LA NACIÓN – Colombia, Fondo “TRIBUTOS”, legajo 22, folios 505-522 

Sobre isenções fiscais para aliviar os efeitos de um surto de varíola

1803: pedido dos habitantes de Santafé, Chocontá, Funza, Guatavita e Cerinza para serem isentos do pagamento de impostos por terem perdido as suas colheitas e terem a sua população gravemente afetada pelo surto de varíola que teve lugar entre 1803 e 1805. José Antonio Fort, padre de Guatavita, toma o partido dos seus paroquianos, assolados pela calamidade e miséria, relatando que durante quatro anos tinham perdido as suas camas de sementes e colheitas devido às consequências da epidemia da varíola.

Em geral, descreve situações ruinosas e diferentes calamidades que afetam os habitantes destas localidades, principalmente devido à escassez de alimentos. Relata muitos casos de morte por doença e fome, e relata a fuga dos habitantes das localidades para mendigar nas áreas circundantes, com o resultado de que os campos não foram devidamente cultivados, a sementeira não teve lugar, não houve sementes e não houve possibilidade de recolher alimentos. Um relatório indica que a população de Cerinza tinha sido quase dizimada pela doença. 

1803

COSTA RICA

CR-01

CR-AN-AH-MG
SIGNATURA INICIAL: 009327

Breve descrição e cura da varíola pestilencial

Texto impresso aprovado pelo Ministério do Interior, assinado pelo protomédico Ruicino Flores e impresso na Guatemala em 1829.

Contém uma explicação inicial das características da doença, a sua natureza, sintomas e formas de imunidade, que consistem basicamente em tê-la superado ou em ter recebido a vacina. O resto é um livro de receitas completo que resume as diferentes formas de tratamento da doença causada pelo vírus. Praticamente todos os produtos que utiliza são remédios e misturas de produtos naturais. Ele diferencia entre dois tipos de varíola, um que ele chama benigno e outro maligno.
Para passar o benigno, não muito ativo, recomenda uma decocção de cevada na água da erva (água misturada com rebentos de trigo verde) misturada com leite para ser tomada de manhã e à noite. Como purgante, para o fim da doença, quando os grãos começam a secar, recomenda uma mistura de duas onças de maná (salva cinzas) com meio copo de infusão de folhas de sene (planta medicinal indicada para problemas gastrointestinais) e uma colher de creme de tártaro (sal ácido de potássio).
Para o maligno, recomenda apenas caldos e líquidos, bem como uma infusão de scorzonera (uma planta com propriedades calmantes) misturada com creme de tártaro e um vómito, e em seguida com o creme diluído em água de tamarindo e açúcar. Outros tratamentos para dores de garganta incluem cataplasmas de tomate frito ou gargarejos de infusão de malva e leite ou água de rosas e sumo de romã. Utiliza também para misturas de tratamento tópico tais como “manteiga de Saturno”, banha de porco, óleo de rosa, vinagre, mostarda, sumo de limão, cinchona, cânfora, algália canela, goma arábica ou maçã.

1829

CR-02

SIGNATURA INICIAL: 000371

Sobre um prémio para o desenvolvimento de vacina contra a varíola

Prémio de cinco pesos anunciado em São José para o cientista que prepara o líquido bovino para combater a varíola.
Esta recompensa é demasiado pequena para os interessados em candidatar-se a este prémio, pois consideram que, com esta quantia, não reconhece realmente os muitos benefícios que a sua utilização poderia ter e não estimula uma investigação que envolve muitas horas de trabalho. O prémio é de 25 pesos e pedimos a máxima urgência para a sua produção, dado que a chamada varíola “pestilenta” está a aproximar-se do Estado.

1829

CR-03

Sobre a procura de vacas com o vírus da vacina contra a varíola para extrair a vacina contra a varíola

Como foi detetada varíola em diferentes localidades do estado, em Agosto de 1829 foi feito um apelo público para que uma vaca com o vírus ativo extraísse a vacina. Foi oferecida uma recompensa de cinco pesos e um salário mensal de quatro pesos para manter o animal sob cuidados.

1829

CR-04

CR-AN-AH-MU
SIGNATURA INICIAL: 000852

Sobre o encerramento dos portos e fronteiras terrestres e medidas higiénicas para travar a propagação da varíola

Ordem de quarentena a ser aplicada nos portos e fronteiras da Costa Rica. Esta medida preventiva é acompanhada de fumigação a ser efetuada na bagagem e efeitos de qualquer tipo provenientes de países afetados pela varíola.

1829

CR-05

CÓDIGO: CR-AN-AH-FO
SIGNATURA INICIAL: 052579
SIGNATURA FINAL: 052580

Dos pacientes afectados por la viruela

Duas fotografias de vítimas da varíola em Goicoechea. Na foto estão Rafael Angulo, de 18 anos, e a esposa de Barquero (como descrito). Ambos sobreviveram à doença e recuperaram. Os efeitos da doença e alguns aspectos do vestuário e mobiliário do período podem ser vistos.

1902

CR-06

CÓDIGO: CR-AN-AH-MG
SIGNATURA INICIAL: 063928

Sobre as obrigações dos pais e tutores para a vacinação contra a varíola

Lista de obrigações de vacinação contidas na Lei IX de 1884 de 1904:

  • Os pais ou tutores devem levar os seus filhos para serem vacinados contra a varíola.
  • Que os adultos que foram vacinados durante mais de sete anos também devem ser vacinados.
  • Que se ocorrer uma morte devido à doença, esta deve ser investigada para determinar as causas e responsabilidades.
  • O não cumprimento de qualquer dos artigos desta ordem resultará numa pena de cinco pesos ou numa detenção de dez dias.

1904-1905

CUBA

CUB-01

A medicina indígena de Cuba e o seu valor histórico

Tratado sobre medicina indígena em Cuba. Don Antonio de Gordón y de Acosta. O documento pode ser encontrado na Biblioteca digital hispânica, um volume completo de 42 páginas. É um estudo antropológico e médico que trata dos vários remédios que têm sido utilizados na ilha desde tempos imemoriais para aliviar os efeitos de certas doenças.

1894

EL SALVADOR

SAL-01

Carta de Carlos Meany

Carlos Meany, um funcionário do governo da Guatemala e amigo íntimo do Presidente salvadorenho Gerardo Barrios, escreveu-lhe a 24 de Fevereiro de 1862 para o informar que a varíola se estava a propagar naquele território, sugerindo que atuasse imediatamente com as vacinas. Recomenda a utilização de uma vacina de qualidade, indicando que as mantidas em reserva não são tão eficazes como as amostras mais frescas.

1862

ESPAÑA

ESP-01

ES.47161.AGS/RGS, LEG. 150011, 27

Sobre a restrição da prática da medicina a homens licenciados por exame

Cuenca, 1500. Por meio de uma lei, o rei Fernando e a rainha Isabel restringiram a prática da medicina às mulheres e a todos os homens que não tinham sido autorizados por exame.

1500

ESP-02

ES.47161.AGS/RGS, LEG. 150011, 27

Processo inquisitorial do cirurgião Eleno de Céspedes

Processo inquisitorial do cirurgião espanhol Eleno de Céspedes. Nascido mulher, era filho de uma união entre um escrava negra e Benito de Medina, o seu amo. Casou com o pedreiro Cristóbal Lombardo, com quem teve um filho. É considerado como um dos primeiros casos estudados em que uma pessoa nascida mulher em Espanha trabalhou como cirurgião. Praticou diferentes ofícios como tecelão, alfaiate, meias e soldado. Começou a vestir-se como um homem e lutou na guerra de Alpujarras. Posteriormente, viveu em Madrid, onde aprendeu o ofício de cirurgião e obteve o título para poder praticar como tal. Mais tarde, quando vivia em Ocaña (Toledo), casou-se com María del Caño, natural de Ciempozuelos (Madrid).
Foi acusado perante o Santo Oficio por se vestir como homem e casar com uma mulher e acabou na prisão da Inquisição em Toledo. Durante o julgamento, o médico do tribunal Francisco Díaz, especialista em urologia, testemunhou como perito. Em 1587, o Tribunal da Inquisição de Toledo condenou-o a receber duzentas chicotadas e a trabalhar sem remuneração durante dez anos nas enfermarias dos hospitais. Fê-lo no Hospital del Rey em Toledo e no hospital de Puente del Arzobispo (Toledo).

1587-1589

ESP-03

ES.28079.AHN/ESTADO, 3215, Exp. 241

Apresentação da tradução do texto Ensaios sobre a inoculação da vacina ou método fácil e seguro para se preservar para sempre da varíola pelo Dr. Columbus

Introdução da vacina contra a varíola em Espanha 1800-1808. O texto, traduzido do francês pelo médico Francisco Piguillem, explica a origem do vírus, a origem das experiências para obter a vacina e, entre muitas outras coisas, como inocular o fluido.
É um manual impresso sobre os ensaios realizados com esta vacina, descrito como a solução para os problemas gerais causados pela doença, cuja utilização irá erradicar a presença do vírus na Europa dentro de alguns anos.
No prefácio, elogia a invenção da vacina e adverte que o método anterior, que consistia em transmitir o vírus de uma pessoa doente para outra para gerar defesas, não tinha provado ser inteiramente eficaz devido aos riscos envolvidos e ao número de mortes que implicava.
Ele explica a história da vacina, desde a sua invenção em Inglaterra, a sua passagem para o continente via França e a verificação da sua eficácia. Descreve as técnicas de administração a partir de amostras iniciais, e como obtém mais fluido útil extraído da ampola que aparece quatro ou cinco dias depois no local onde o paciente é vacinado. Este é o fluido que é extraído e administrado a outros pacientes.
Observa também que o governo inglês tinha tornado a vacinação obrigatória para todos os que se destinavam à marinha e relata o sucesso da sua utilização na Dinamarca e em França. Ele calcula que cerca de 40.000 pessoas morreram anualmente só no nosso país devido à varíola (um país com pouco mais de 10 milhões de habitantes na altura).

1800-1808

ESP-04

ES.47186.ARCHV/CÉDULAS Y PRAGMÁTICAS, CAJA 15, 34

Sobre as medidas tomadas em Valladolid para evitar a chegada de uma epidemia de peste

Ficheiro sobre as medidas que a Chancillería de Valladolid adotou em 1565 para lidar com a epidemia de peste que teve origem em Vitória e Burgos.
Através de uma ordem, os visitantes de Burgos, Vitória e dos seus distritos foram convidados a abandonar a cidade de Valladolid e um território de “cinco léguas em redor”, uma vez que vários casos de peste tinham sido declarados nessas partes do país. Os estabelecimentos de alojamento temporário foram inspecionados para verificar a origem dos hóspedes e para controlar a higiene. Além disso, as vias de comunicação, pontes e estradas que ligam Valladolid com áreas e locais afetados “onde morrem” foram bloqueadas.
Com a intenção de criar uma zona segura e livre de doenças, é descrito um plano para o confinamento da cidade de Valladolid, começando pelas rotas externas, incluindo rios, e os protocolos a serem seguidos nas entradas das áreas próximas e portões da cidade. Salienta a importância de manter as pessoas e objetos pessoais, roupas e outros artigos fora da cidade, limpar as ruas, esvaziar as poças e outras medidas básicas. Tudo com a intenção de que um surto de peste não fosse declarado numa cidade tão povoada como Valladolid.

1565

ESP-05

ES.47186.ARCHV/CÉDULAS Y PRAGMÁTICAS, CAJA 22, 37

Sobre a proibição do entretenimento público não essencial para evitar a propagação de uma epidemia de peste

Cópia da carta escrita pelo Presidente do Conselho de Castela na qual o Rei (Filipe V), a 23 de Outubro de 1720, proíbe por enquanto em todo o Reino todas as comédias e festivais de touros e touradas devido à peste de Marselha. Esta foi uma medida para evitar o contágio em massa em espetáculos com multidões, atividades de lazer consideradas não essenciais.

1720

ESP-06

ES.47186.ARCHV/CÉDULAS Y PRAGMÁTICAS, CAJA 23, 9

Sobre a retirada das medidas de prevenção de pragas tomadas três anos antes

Em 1723, o Rei Filipe V publicou este documento, três anos após certas medidas terem sido tomadas em Espanha para evitar a transmissão da peste no nosso país, na sequência de um grave surto da doença declarado em Marselha. Neste caso, uma grande parte da vigilância dos portos e fronteiras foi ordenada para ser retirada e as medidas gerais foram flexibilizadas, como uma desaceleração da tensão sanitária. Navios e mercadorias provenientes de França, Itália e Malta foram autorizados a entrar, mas não de outras origens que, estando para além desta linha no Levante, não tinham sido anteriormente admitidos nos portos de nenhum destes países. Suspeitava-se que a peste ainda estivesse ativa noutros territórios remotos e, por precaução, não seria permitida a entrada nas nossas costas. Para certas origens, como a Provença, foi estabelecida uma quarentena de 20 dias para passageiros e mercadorias sem um passe sanitário.

1723

ESP-07

ES.47161.AGS/EST, LEG. 1412, 195

Sobre las medidas de prevención tomadas en Génova ante la peste

Carta de Juan Andrea Doria, Príncipe de Melfi, a Filipe II, Rei de Espanha, sobre as medidas sanitárias tomadas em Génova em resposta à peste. Está datado de 23 de Agosto de 1579 em Génova e explica a situação de necessidade que tinha surgido nessa parte de Itália. Propõe a chegada de ajuda de certas cidades, através da contribuição de cereais, e solicita a presença de comissários para levar a cabo negociações e outras missões. Não é particularmente importante, além de fornecer informações sobre a situação que se vivia na altura em algumas cidades italianas.

1579

ESP-08

ES.47161.AES.45168.AHNOB/1/OSUNA, C.255, D. 205-206

Sobre um surto de peste em Puebla de Alcocer (Badajoz)

Descrição pelo médico Francisco García de Santa María da peste em Puebla de Alcocer (Badajoz), informando o 10º Duque de Béjar, Manuel Diego López de Zúñiga Mendoza Sotomayor, sobre o curso dos acontecimentos, as mortes ocorridas e detalhando situações familiares e pessoais dramáticas. Ele reúne uma série de factos, quase anedóticos, com casos de curas invulgares e mortes dramáticas para explicar o estado particular de alteração e confusão que se viveu nas cidades que foram atingidas pela peste.

1724

ESP-09

ES.08019.ACA/ACA,CONSEJO DE ARAGÓN, Legajos, 0587, nº 039

Sobre o perigo de contágio da peste, com alguns Estados estrangeiros através de relações comerciais

Refere-se à situação dos espanhóis na Flandres (Países Baixos), onde tinham vários navios, e à possibilidade de reativar o comércio naval na zona numa altura em que certos surtos da doença tinham sido detetados. Além de evitar as áreas e localidades onde a peste era mais ativa, foi indicado que se poderia estabelecer uma meia quarentena para as tripulações antes de partirem para as viagens. Subsequentemente, após a informação, Philip IV decretou a reabertura do comércio na zona, sob vigilância.
Indicando que as populações de Gand, Antuérpia, Tournai e outras cidades eram saudáveis, foi sugerido que o comércio não deveria ser realizado via Holanda ou Hamburgo, uma vez que eram consideradas como áreas de risco de contágio. O contacto com pessoas ou bens de áreas suspeitas é desencorajado. O porto de Ostende deve ser evitado e Plaskendal ativado, e os navios devem sempre viajar com certificados legais dos locais de partida, a fim de manter a situação sob controlo e não pôr em perigo as redes comerciais que tinham sido tão difíceis de estabelecer e operar. Para além de Ostende, Bruges, Newport e Dunquerque foram também consideradas áreas de risco de contágio. Pede-se que todas estas recomendações sejam levadas a sério pelos governadores e delegados de saúde dos territórios flamengos, para que os navios que viajam da Flandres para Espanha não encontrem obstáculos na sua admissão e não representem um risco sanitário.

1666

ESP-10

EES.41091.AGI/MP-ESTAMPAS, 232 (1)

Gravura sobre o sistema de imunização conhecido como variolização

Gravura representando uma criança com um pequeno cão e instrumentos musicais ilustrando as áreas onde a vacina contra a varíola é aplicada, a lanceta com que é aplicada, e três botões mostrando a evolução em tamanho e aparência do 4º ao 11º dia.

1804

ESP.MA-01

MAM-70300 Museo de América
Fotógrafo: Joaquín Otero

Códex Trocortesianus
Calendário mostrando os dias em que o trabalho agrícola deve ser realizado, bem como os rituais a serem realizados pelos sacerdotes em cada ocasião. Está escrito na língua maia (ideogramas) em papel de cacto. É um dos três únicos códices maias preservados no mundo. Nele estão representadas divindades maias, pois estavam encarregadas de governar os dias e meses e estavam também associadas à natureza e a diferentes tarefas. Algumas espécies vegetais e animais de importância para esta cultura são também retratadas. Destacam-se duas imagens:
Representação da deusa Ixchel. Deidade da lua, tecelagem e medicina, representada como uma mulher a girar com um tear de costas. O tipo de tear que representa o trabalho começa perto do umbigo do tecelão, que é considerado uma metáfora para o início da existência, uma deusa que sustenta a vida e é responsável pela preservação da saúde. Ela representa a fertilidade da terra que, através dos ciclos da lua, estabelece os tempos da sementeira e da colheita. Pensava-se que ela garantiria que as gravidezes e os nascimentos se realizassem em segurança.
Placa geral e detalhe com glifos da palavra ‘cacau’.

Civilização maia. 1250-1500

ESP.MA-02

MAM-1991/11/08 Museo de América

Chávena o xícara de chocolate
Um vaso de barro policromado com uma cena de uma cerimónia palaciana retratando um alto dignitário sentado a assistir a outro personagem. Estes recipientes eram utilizados para beber chocolate (xocolatl), uma bebida reservada aos deuses e aos líderes políticos e espirituais da cultura Maia.

Civilização maia. 600-900

ESP.MA-03

MAM-1985/01/072 Museo de América Fotógrafo: Joaquín Otero

Cena de cura
Escultura cerâmica que representa uma cena de cura, com um curandeiro e uma pessoa doente deitados. Como intermediário com o mundo dos espíritos, o curandeiro era a única pessoa na comunidade capaz de fazer contacto com o mundo sobrenatural, uma dimensão em que a interferência dos espíritos era a causa de doenças humanas. A cura foi realizada com a ajuda de espíritos auxiliares e a intervenção de certos animais com qualidades que foram especialmente valorizadas. A escultura poderia referir-se à criação do espaço ritual necessário para a invocação, com representações de animais quer relacionadas com os espíritos auxiliares, quer diretamente invocadas para a cura.

Cultura colima. México, 200 AC-500 AD

ESP.MA-04

MAM-70400 Museo de América

Fotógrafo: Joaquín Otero

Codex Tudela. Temazcal
Esta placa retrata um temazcal asteca, uma pequena peça de arquitetura utilizada para banhos a vapor. Este costume foi generalizado em várias sociedades norte-americanas desde os tempos pré-colombianos e tem sobrevivido até aos dias de hoje. A imagem de uma divindade foi sempre colocada sobre a porta de entrada deste lugar, como se pode ver neste caso. A utilização do banho turco tinha diferentes objetivos: higiene pessoal, terapêutica e cerimonial. Para os astecas, o banho fortaleceu o utilizador e foi utilizado no caso de certas doenças como a febre tifoide, varíola, reumatismo, constipações ou malária. Nestes casos, o doente era acompanhado pelo curandeiro que, com a ajuda de várias plantas medicinais e rituais, tentava melhorar a doença. As mulheres durante a gravidez e após o parto também utilizavam este tipo de banho para que fosse também associado a um local de purificação e nascimento.

Civilização asteca. México, 1530-1554

ESP.MA-05

MAM-1993/03/023 Museo de América Fotógrafo: José Luis Municio

Exvote
Escultura em forma de pé utilizada como oferenda a Deus ou a um santo em agradecimento por alguma intermediação de cura. Esta é de origem brasileira, feita durante o século XX. Atualmente, no Nordeste do Brasil existem numerosos templos onde este tipo de oferta é feito. Especificamente, esta escultura vem do Santuário do Padre Cícero em Juazeiro, um lugar que recebe milhares de peregrinos todos os anos.

Brasil, s. XX

ESP.MA-06

61 ALS. Biblioteca del Museo de América

Novas utilidades de cinchona. José Alsinet, página 31
Um dos vários textos publicados sobre o estudo das propriedades curativas da cinchona. Abre a possibilidade de estes já serem conhecidos pelos nativos da província de Loja, Equador, muito antes da chegada dos ocidentais. Foram os povos indígenas que sensibilizaram os espanhóis para as propriedades desta planta durante o século XVII.

1763

ESP.MA-07

MAM-1991/11/0858 (7/8) RUI. Biblioteca del Museo de América

Quinología o Tratado del árbol de la quina ó cascarilla: con su descripción y la de otras especies de quinos nuevamente descubiertas en el Perú: del modo de beneficiarla, de su elección, comercio, virtud… Hipólito Ruiz, página 19
O autor descreve os procedimentos de extração de um produto com aplicações medicinais da casca da árvore de cinchona. Como todos os medicamentos novos, precisava de ser devidamente preparado e administrado, por isso, ao longo dos séculos XVII e XVIII, vários médicos começaram a utilizá-lo nos seus pacientes. Foi utilizado para reduzir os sintomas da febre e, mais tarde, para tratar alguns dos sintomas da malária.

1792

ESP.MA-08

MAM-06720 Museo de América
Fotógrafo: Gonzalo Cases

Coracha para conter cinchona
Uma mala de couro utilizada para transportar a casca de cinchona. Está relacionado com as possessões de Hipólito Ruiz e José Pavón, cientistas que lideraram a Expedição Botânica Real ao Vice-Reino do Peru no final do século XVIII. Ainda hoje conserva a sua valiosa carga no seu interior: casca de cinchona.

Peru, s. XVIII

ESP.MA-09

MAM-1976/01/173. Museo de América Fotógrafo: Joaquín Otero

Kultrún. Tambor cerimonial mapuche
Um instrumento de percussão chamado kultrún que os machis utilizam durante as cerimónias. Os Mapuche consideram que o próprio kultrún tem poderes curativos e é um elemento fundamental para ajudar a estabelecer, juntamente com o canto do xamã, as ligações com os espíritos auxiliares. Para a sua construção, é utilizada madeira da canela – uma espécie sagrada para os Mapuche – ou do louro, que deve ser cortada no inverno. Diferentes objetos simbólicos são colocados no interior, selecionados pelos machi pelos seus poderes específicos: contas de vidro, moedas de prata, plantas medicinais, penas de pássaros, terra de um lugar específico. O remendo é feito de pele de cabrito ou cavalo e é normalmente pintado com os quatro pontos cardeais representados por uma cruz e os símbolos das quatro estações do ano.

Chile, s. XX

MÉXICO

MEX-01

AGN, Indiferente virreinal, volumen 0108, exp. 11

Lista de doentes com vómito negro

Lista de pacientes e estado de saúde mostrando pessoas com doença de vómito (febre-amarela) que foram internadas no hospital de San Sebastián de 4 a 10 de Junho de 1809.

1809

MEX-02

AGN, Indiferente virreinal, volumen 2404, exp. 16.

Lista das pessoas afetadas pelo vómito negro e relatório sobre a evolução do seu estado no Hospital Militar de San Carlos.

O contador (secretário) do Hospital Militar de San Carlos reporta ao responsável pela situação dos doentes a seu cargo, os que estão presentes, os que entram, são curados e morrem, fazendo uma contagem final dos convalescentes mantidos na instituição. O documento não indica a doença, embora a partir das datas, pareça tratar-se de um surto de febre-amarela.

1805

MEX-03

AGN, Indiferente Virreinal, Volumen 3683,exp. 50.

Lista de pessoas afetadas pelo vómito negro e relatório sobre a evolução do seu estado Hospital San Sebastián

Relatório do médico do Hospital San Sebastián no qual ele afirma que tinha três pacientes com vómito negro ao seu cuidado na altura. Seis outros pacientes tinham sido curados e mais um tinha morrido durante a semana de 6 de Outubro de 1810.

1810

MEX-04

AGN, Indiferente virreinal, volumen 2404, exp. 16.

Sobre o estabelecimento de um lazareto na estrada para a cidade de Xalapa

Resposta dada pelo governador militar de Veracruz ao Sr. Miguel Costansio relativamente ao estabelecimento de um lazareto na estrada para a cidade de Xalapa.
O novo hospital estava localizado em Cerro Gordo, dentro do cantão (território) de Xalapa, num edifício guardado por uma tropa de infantaria que controlava as entradas e saídas não autorizadas do centro: um sargento, dois corporais e dez soldados. Indica também que este lazareto era para doentes com febre-amarela (vomito negro) Estabelece o protocolo de admissão no hospital e a necessidade de os membros da guarnição serem leais e não serem tentados a aceitar subornos para deixar sair pessoas infetadas do centro. Os tropeiros e as classes trabalhadoras eram os que corriam maior risco de contrair a doença, pelo que se devia ter um cuidado especial para detetar o contágio nestas classes sociais.

1805

MEX-05

AGN, Indiferente virreinal, volumen 2404, exp. 16.

Relatório sobre a situação dos doentes com vómito negro assistidos em casas particulares

Informar, sem data nem local, sobre o estado dos doentes que sofreram de febre-amarela ou vómito negro e que foram tratados em casas particulares.

MEX-06

AGN; Indiferente virreinal, Volumen 2156, exp. 18.

Recomendações para o tratamento de pessoas que sofrem de vómito negro. Inacabado

Sair vivo do hospital. Esta é uma reflexão inacabada com recomendações para o tratamento de doentes com febre amarela.
Recebê-las, atualizá-las, realizar sangrias e purgas de sangue para retardar o progresso da doença durante algum tempo. Antes da admissão no centro, cuja localização não está especificada, recomenda-se que estas medidas preliminares sejam tomadas na cidade de Xalapa: uma refeição curta (refresco) ou chá de ervas, uma sangria e uma purga de acordo com as necessidades do indivíduo. Um tratamento preventivo que é praticado num centro ambulatorial antes da admissão do paciente no hospital, se necessário seis dias mais tarde.

PARAGUAY

PAR-01

ANA-PY-SH-347N50

Apelo à localização de vacas com vacina contra o vírus da varíola para extrair a vacina contra a varíola

Numa altura de escassez de vacinas, as autoridades paraguaias apelam aos agricultores para que verifiquem se algum dos seus animais apresenta os sintomas externos da varíola bovina. Eles dão instruções sobre como extrair o fluido dos animais. Advertem que amostras úteis de humanos devem vir de pessoas que já tenham recebido a vacina.
Dão indicações sobre como proceder em casos de infeção, quer o paciente estejam isoladas numa instalação pública ou num ambiente privado. Recomendam que os cuidados devem ser prestados por pessoas idosas que não entrem em contacto com aqueles que não estão infetados. Indicam também que a ventilação dos quartos onde os pacientes são mantidos é benéfica.

1866

PAR-02

ANA-PY-SH-340N8

Instruções detalhadas do governo sobre vacinação contra a varíola

Vários exemplares de instruções detalhadas sobre vacinação contra a varíola, emitidas pelas autoridades paraguaias. Indicam a idade apropriada, como administrar, como manusear as doses e o que fazer quando, uma semana depois, a ampola aparece no local onde o soro foi introduzido. O conteúdo desta ampola será extraído e utilizado para outras vacinações.

1864

PAR-03

ANA-PY-SH-340NANA-PY-SH-169N14

Compêndio de relatórios do inoculista Miguel de Úbeda sobre a vacinação contra a varíola e os seus efeitos secundários em Santa Rosa.

O médico ou “inoculista” Miguel de Úbeda apresenta um relato de observações sobre as reações de 63 pessoas vacinadas contra a varíola na cidade de Santa Rosa durante 1797. Descreve os efeitos da vacina, a origem do fluido e os tratamentos aplicados em função dos sintomas. Ele traça desde o momento da administração da vacina até que o paciente esteja completamente livre de sintomas.

1797

PERU

PER-01

AGN Perú. Fondo Derecho indígena.

Sobre uma epidemia de sarampo e varíola em Ciudad de los Reyes (Lima)

Notícias sobre a epidemia geral de varíola e sarampo que afetou os habitantes de Ciudad de los Reyes (Lima) em 1589, e as ordens que foram dadas para controlar a situação. É feita uma enumeração e contagem dos materiais adquiridos para abastecer os hospitais do distrito, entre os quais encontramos diversos materiais como açúcar, vinagre, almofadas ou chaves, e as despesas em pesos associadas a eles.

1589

PER-02

AGN Perú. Compañía de Jesús. Sermones.

Sermão sobre a peste

Dissertação sobre as três causas que, em alguns círculos do pensamento cristão, explicam o aparecimento da peste: (a) Deus, o “motivo eficiente” na filosofia Tomística, (b) a localização de certas estrelas e (c) a corrupção do ar. Estas explicações foram para muitos, e durante muito tempo, respostas à ocorrência de catástrofes naturais e doenças.

1720

PER-03

AGN Perú. Fondo Superior Gobierno.

Medidas resultantes de uma epidemia de peste

Relatório de 1727 sobre o pedido de libertação da mita (sistema de trabalho forçado) devido a uma epidemia de peste. Tomás Huamán Yanapa, cacique chefe e governador da cidade de Ticllas na província de Huanta, solicitou a suspensão do trabalho dos nativos de Ticllas na mita da cidade de Huancavelica, trabalho que não foi realizado pelos índios do corregimento de Huanta porque tinham morrido em consequência de uma epidemia. Esta petição foi apresentada a José de Armendáriz, Marquês de Castelfuerte e Vice-Rei do Peru.

1727

PER-04

AGN Perú. Fondo Superior Gobierno.

Sobre um surto na Fazenda de San Javier (Nasca)

Relatório oficial que Isidro José Ortega y Pimentel, médico protomédico geral (médico de tribunal), apresenta a Manuel de Amat y Junyent, vice-rei do Peru. Dá notícias de uma epidemia que causou muitas vítimas entre os escravos mais jovens da Fazenda San Javier, em Nasca, propriedade da Companhia de Jesus.

1789

PER-05

AGN Perú. Fondo Superior Gobierno.

Aviso do risco de uma epidemia de varíola, ativa no território em 1790

Víctor Ibáñez de Corcuera, subdelegado da cidade de La Serena, adverte que um marinheiro do navio El Valdiviano, que desembarcou no porto dessa cidade, está doente com varíola. O texto inclui a resposta do procurador a Francisco Gil de Taboada y Lemos, vice-rei do Peru.

1790

PER-06

AGN Perú. Fondo Superior Gobierno. Serie Contencioso.

Livro de receitas para a cura de doenças. Vida e costumes do povo de Virú

O texto inclui um livro de receitas do barbeiro mestre Feliciano de Bergara para o tratamento de várias doenças físicas, tais como ossos partidos e deslocados, febre, hemorragias e doenças visuais. Enumera numerosos remédios, infusões e cataplasmas. Para além de numerosos remédios comuns em todo o mundo baseados em plantas aromáticas disseminadas, produtos animais como mel ou produtos minerais como o creme de tártaro, é também de salientar a utilização de numerosas espécies indígenas como “corteza de pay” (casca de charán), “quinua” (chichona), “yerba santa” (erva-santa) ou “la camana” (larrea).

S. XVIII

PER-07

AGN Perú. Fondo Superior Gobierno.

Dívidas de subdelegados causadas pela fome e pela peste

Relatório ditado pelo funcionário público José Gonzáles, gestor económico (intendente) da província de Puno, sobre as dívidas fiscais devidas pelos subdelegados dessa província à tesouraria do Vice-Reino de Buenos Aires. Estas dívidas são uma consequência da emigração e mortalidade dos nativos, causada pela epidemia de peste que existe em Puno. Gonzáles enviou este relatório a Gabriel de Avilés y del Fierro, Marquês de Avilés e Vice-Rei do Peru.

1805

PER-08

AGN Perú. Fondo Superior Gobierno.

Vacinação de índios nativos

Buenaventura de Aransaenz, o funcionário responsável pelo distrito do Cercado, solicita que sejam atribuídos fundos para a vacinação das crianças dos habitantes nativos das cidades desse território. O documento é dirigido a Fernando de Abascal y Sousa, Marquês de la Concordia e Vice-Rei do Peru.

1811

PER-09

AGN Perú. Fondo Archivo Agrario, serie Compañía Agrícola Cuzco Sociedad Anónima, CACSA, subserie Correspondencia.

Prevenção do paludismo numa fazenda

1. Carta do gestor ao administrador da Hacienda Huyro, propriedade de Benjamín de la Torre, sobre métodos de prevenção e tratamento contra a malária. A carta menciona como prevenção a administração de seis comprimidos de quinino a cada pessoa e como tratamento várias injeções do mesmo produto durante vários dias, reduzindo progressivamente a dose. Combinam este medicamento com um purgante estomacal, uma dieta para manter o estômago limpo e uma infusão de “cascarilla” (casca de cinchona). Datação: 29 de novembro de 1932.

2. Carta do Sr. Tomas Alvistur em janeiro de 1936, sobre a mesma fazenda, agora propriedade da viúva de Benjamín de la Torre, relativa a diferentes questões, incluindo a malária. Ele relata que o número de pessoas infetadas permanece o mesmo do ano anterior e a necessidade de proteger as pessoas, uma parte essencial do capital da empresa.

1932-1936

PER-10

AGN Perú. Archivo Agrario, Hacienda Casa Grande.

Índice de pessoas vacinadas contra a peste bubónica

Documento que regista a lista de pessoas vacinadas contra a peste bubónica na Fazenda Roma e seus anexos.

1936-1941

PER-11

Ministerio de Industria y Comercio, serie Marcas y Patentes.

Documentação sobre o registo da marca Chill Tonic e a sua imagem comercial no Peru

1. J.M. Colmenares e filho, representando a empresa americana The Grove Laboratories, com sede em St. Louis, registou esta marca comercial para a produção de vários compostos e, especificamente, de um xarope para o alívio da febre malária, arrepios e constipações, junto do Ministério do Desenvolvimento em 1937.

2. Publicação do registo da marca num periódico.

1937

PER-12

AGN Perú. Atutógrafas de ley.

Resolução legislativa sobre a verruga peruana (Bartonelose)

Documento que declara isto como uma doença social e indica que o poder executivo irá dedicar as dotações económicas necessárias para as campanhas contra a guerra.
Lei N°10406, 1946.

1946

PER-13

AGN Perú. Atutógrafas de ley.

Resolução legislativa sobre a malária

Documento que declara a erradicação do paludismo no território da República como sendo uma necessidade nacional.
Lei N°12714, 1957.

1957

PER-14

AAGN Perú. Ministerio de Salud.

Campanha publicitária do Ministério da Saúde contra a doença da cólera

1992-1993

PER-15

AGN, Fondo Cabildo de Lima

Espalhamento da vacina contra a varíola

O Vice-Rei Gabriel de Aviles, Marquês de Aviles, comunica à Câmara Municipal de Lima a ordem que deu ao protomédico e ao pretendente daquela cidade para espalhar a vacina contra a varíola.

1806

PER-16

AGN, Superior Gobierno

Disseminação da vacina contra a varíola

Carta do Vice-Presidente do Conselho Central para a Propagação e Conservação do Fluido Bovino ao Vice-Rei Fernando de Abascal y Sousa, Marquês de la Concordia. Informa-o da transmissão do ato da Junta que ordena a formação de conselhos subalternos nas capitais das cidades sob a sua jurisdição

1812

PORTUGAL

POR-01

Arquivo das Congregações, mç. 2, mct. 1, n.º 7

Campanha de vacinação contra a varíola

Numa campanha para promover a vacina contra a varíola, o diretor Alexandre José da Silva Campos envia duas cópias impressas de instruções sobre a sua administração. Indica os tempos de administração, os preços das doses e os casos em que a vacina será gratuita. O documento é enviado pelo Instituto de Vacinas para a promoção da vacina contra a varíola.

1870

POR-02

Arquivo das Congregações, mç. 2, mct. 1, n.º 7

Certificado do estatuto imunológico de uma rapariga para admissão de estudantes a uma escola

Declaração de José Curry da Camara Cabral, médico reformado da Escola Médico-cirúrgica de Lisboa. Nele descreve como uma rapariga chamada Maria Adelaida Lopes Navarro foi vacinada e não sofreu de uma doença contagiosa.
Certificados de vacinação exigidos para a admissão de estudantes.

1909

POR-03

Ministério do Reino, Colecção de plantas, mapas e outros documentos iconográficos, doc. 337

Plano do projeto arquitetónico de um lazareto para a Horta, na ilha do Faial

Documento que mostra o projeto de construção de um lazareto na Horta, localidade da ilha do Faial, parte do arquipélago dos Açores.

1877

POR-04

Tito de Morais, cx. 18, pt. 4, doc. 31

A Enfermagem de Saúde Pública num programa de profilaxia da tuberculose

Artigo completo da revista Prensa Médica por Maria Palmira Tito de Morais sob o título A Enfermagem de Saúde Pública num programa de profilaxia da tuberculose. Discute a importância do papel dos enfermeiros nos programas de proteção da tuberculose e cuidados domiciliários dos doentes, com base num programa semelhante iniciado nos EUA em 1899 e cuja eficácia foi demonstrada e reconhecida em anos posteriores. Presta especial atenção ao seu trabalho na prevenção de doenças e descreve materiais, métodos e resultados.

1946

POR-05

Arquivo Oliveira Salazar, AOS/CP-052, cx. 909, f. 1-521

Sobre o Plano Nacional de Vacinação

Em 28 de Junho de 1965, Francisco Pereira Neto de Carvalho apresentou um documento sobre o Plano Nacional de Vacinação. Existem mais de quinhentas páginas de documentos sobre estes aspetos. Contém em anexo notas sobre as despesas da Direção-Geral da Saúde com vacinas e a vacinação obrigatória da difteria e do tétano.

1963-1968?

POR-06

Empresa Pública Jornal O Século, Álbuns Gerais n.º 168, doc. 3122AQ

Campanha de Vacinação contra a Poliomielite

Fotografia de uma rapariga a tomar a vacina oral contra a poliomielite. Fá-lo numa das bancas montadas em todas as igrejas do distrito de Lisboa pelo Departamento Geral de Saúde, em colaboração com a Cruz Vermelha Portuguesa, durante o Plano Nacional de Vacinação para crianças entre os três meses e os dez anos de idade.

1965

POR-07

PT/CPF/APR/001-001/002922

Habitantes de um bairro do Porto durante uma epidemia de peste

Fotografia estereoscópica documentando o estado da população num bairro desfavorecido durante uma epidemia de peste bubónica no Porto.

1899

PORTO RICO

PR-01

Revista Porto Rico Health

Revista Porto Rico Health, Julho de 1925. Um artigo relata os efeitos de uma epidemia de peste que ocorreu em Porto Rico e dá notícias de outra epidemia que ocorreu em 1912 com consequências piores em termos do número de pessoas doentes. A ilha ficou em quarentena durante mais de um ano e as consequências económicas foram também graves. Em 1924, foi criado um novo Gabinete da Peste para estudar as formas de propagação de doenças e o desenvolvimento de uma epidemia numa localidade. No caso da peste, já se sabia que os ratos eram os portadores e que as pulgas que traziam consigo a transmitiam a outras espécies.

1925

PR-02

Revista Porto Rico Health

Revista Porto Rico Health, Dezembro de 1926. Esta edição da revista relata o aparecimento de casos de cólera e classifica a febre-amarela como uma doença endémica, indicando que a única defesa para a população é a quarentena. Também descreve como a ciência tem vindo a fazer progressos na explicação das causas de várias doenças cuja origem era desconhecida até à segunda metade do século XIX. Também conta como a criação do Gabinete Superior de Saúde de Porto Rico ajudou a parar o problema da varíola.

1926

PR-03

34º Relatório Anual do Governador de Porto Rico 

34 Relatório Anual do Governador de Porto Rico, Balton Winship (1934). O relatório afirma que a tuberculose tem sido um problema crescente em Porto Rico, atingindo um pico de 337 mortes por 100.000 habitantes em 1933. Isto equivale a 4.500 mortes por ano devido à tuberculose. O Departamento de Saúde fez planos para incorporar dez unidades hospitalares com 100 camas cada.
A malária afeta também cerca de 300.000 pessoas, 20% da população está infetada. É a doença que causa anualmente o maior número de mortes, com mais de 40.000 por ano, tanto em 1933 como em 1934.

1934

PR-04

Oficina del Gobernador Tarea 96-20.
Epidemia influenza

Documentação relacionada com a evolução de uma epidemia de gripe

Documentação relacionada com o estado da epidemia de gripe que varreu Porto Rico através de comunicações de treze localidades da ilha. Seguem-se os de três municípios que são representativos da situação de emergência:
Aguadilla: Em 1934 o seu presidente da câmara municipal relata a presença de apenas um médico no município para atender a população de 25.000 habitantes, no meio da epidemia de gripe. Com fundos do Programa de Socorro, os medicamentos foram adquiridos e enviados para o município. Não havia médicos disponíveis, pelo que o administrador do Programa de Socorro, Sr. James R. Bourne, autorizou a contratação de dez médicos para a emergência em toda a ilha. Uma delas seria atribuída a Aguadilla.
Maricao: Esta localidade carecia de um médico da Beneficencia. A Unidade de Saúde Pública anunciou ao Governador 100 casos notificados de epidemia de gripe e a necessidade imediata de um médico e de medicamentos adequados para combater a epidemia.
Comerío: Em 1934, por telegrama, o presidente da câmara relatou 2.000 casos de gripe e solicitou medicamentos para contrariar os efeitos. Dois anos mais tarde a situação continuou ou repetiu-se, tendo sido detetados mais de 3.000 casos em Abril de 1936 e esgotado o orçamento para medicamentos.
Em Abril de 1936, o Departamento de Saúde da Ilha tinha sido informado de mais de 20.000 casos de gripe em 37 cidades diferentes. Não havia fundos para remediar a epidemia porque a economia da ilha estava falida e era necessário solicitar um fundo de emergência para fazer face aos custos desta situação, principalmente a compra de medicamentos. O Comissário da Saúde recebeu um grande número de telegramas de diferentes populações com pedidos de fundos cada vez mais urgentes. Da sua posição, procurou soluções solicitando fundos ao Comité de Emergência.

 

1934-1936

PR-05

39º Relatório Anual do Governador de Porto Rico 

39º Relatório Anual do Governador de Porto Rico, Balton Winchip (1939). Este relatório destaca a redução das mortes por malária e parasitas intestinais, graças à intensa campanha lançada entre a população sobre a importância da limpeza e limpeza no caso dos parasitas e a aplicação de tratamentos contra a malária. Estes programas de sensibilização foram tornados possíveis graças à colaboração de organizações privadas e ao trabalho de voluntários cidadãos.
O tratamento da tuberculose continuou com a campanha que começou em 1934. Foram criadas 1.000 camas hospitalares para isolamento de casos ativos, foram criados quinze centros antituberculosos para tratamento ambulatório do pneumotórax, identificação de casos e educação do público sobre os meios de propagação e prevenção.

1939

PR-06

 

Imagens da campanha para combater a bilhárzia (esquistossoma)

Fotografias relacionadas com a campanha de investigação para combater a bilharziose, uma doença parasitária que tem criado muitos problemas em Porto Rico. Há quatro fotografias com texto datilografado colado no verso. Descrevem fases do trabalho de campo e representam o trabalho da Escola de Medicina Tropical. Fotografias de Charles E. Rotkin.

1948

PR-07

 

IImagens da campanha para combater a Tuberculose

Fotografias relacionadas com a campanha de tratamento da Tuberculose em Porto Rico durante o ano de 1946. Onze fotografias com texto datilografado afixado no verso. Mostram o trabalho de médicos e hospitais, tratamento do pneumotórax, presença de unidades móveis de raios X, visitas domiciliárias e o estado dos pacientes nos hospitais. Fotografias de Edwin Rosskam e Charles E. Rotkin.

1946